As universidades estão mais focadas nelas mesmas e olhando para métodos tradicionais do que fornecendo ensino de novas habilidades (comportamentais e técnicas) ou formatos diferentes de aprendizado aos alunos.

Essa é a percepção da maioria dos 11 mil estudantes entrevistados pela Pearson em um estudo realizado em parceria com a Harris Insights & Analytics e que ouviu estudantes de 16 a 70 anos, em 19 países, incluindo o Brasil. Para 70% do total de entrevistados, as instituições de ensino superior preocupam-se mais com a respectiva reputação do que com a educação dos alunos. No Brasil, esse percentual chegou a 72%.

Entre as novas habilidades que os estudantes desejam aprender, há uma atenção especial para aquelas chamadas de “interpessoais”, que envolvem pensamento crítico, solução de problemas e criatividade. No Brasil, 82% desejam desenvolvê-las, acima da média global (78%). Quando perguntados onde foram buscar, nos últimos dois anos, um novo conhecimento exigido pela empresa, 43% dos entrevistados disseram que encontraram informações on-line e aprenderam por conta própria.

No Brasil, 82% dos estudantes buscaram treinamentos curtos ou intensivos, programas oferecidos por uma associação profissional ou recursos gratuitos em plataformas de vídeos ou de cursos. Quando perguntados sobre o futuro das escolas e da educação, 76% das pessoas concordam que mais alunos frequentarão escolas virtuais em vez de assistirem aulas em uma escola tradicional nos próximos dez anos. Entre os brasileiros, 76% acreditam que o YouTube se tornará uma ferramenta de aprendizado principal, 71% pensam que os livros impressos serão obsoletos até 2025 e 83% que dispositivos inteligentes ou aplicativos, como Amazon Echo e Google Home, serão usados para ajudar os alunos a estudarem em casa ou na sala de aula.

“Com a mudança mais frequente das expectativas de mercado de trabalho, as instituições do ensino superior vivem o momento de entender como criar novas experiências para os alunos, que não envolvem necessariamente os cursos regulares. É preciso criar oferecer novos formatos, currículos e, principalmente, programas mais curtos, ágeis e conectados à realidade”, diz Alexandre Mattioli, gerente editorial de educação básica e ensino da Pearson.

Fonte: Valor Econômico