A inteligência artificial resolverá a falta de médicos? Será capaz de substituir a arte de fazer um diagnóstico correto? Não tão cedo. 

 

Parte da arte do diagnóstico é olhar para todo o ser humano. A maneira como o paciente anda, fala, cheira ou pensa é importante para o diagnóstico final. Nós, humanos, não somos produtos de engenharia e, portanto, medir alguns parâmetros e ajustar alguns botões não irá diagnosticar e curar nossas doenças.

A outra parte de um diagnóstico correto é aprender e coletar qualquer informação relevante para o caso do paciente. Ser médico implica um compromisso com a aprendizagem ao longo da vida (life long learning). Os médicos freqüentemente mergulham em bancos de dados biomédicos de artigos revisados ​​por especialistas para encontrar as informações de que precisam.

Manter-se atualizado com a literatura mais recente é rotina normal na vida de um médico, porém nenhum médico no mundo pode estar perfeitamente atualizado sobre os avanços médicos recentes, pois há mais de 25 milhões de artigos. Nenhum médico pode ter certeza de que encontrou todas as informações pertinentes que seu caso exige. Para fazer isso, precisa de ajuda do mundo da tecnologia.

 

A realidade

Um supercomputador se torna um computador cognitivo quando tenta reproduzir o comportamento do cérebro humano por meio da inteligência artificial. A fisiologia humana é tão complexa que podemos nos beneficiar de computadores que imitam a maneira como pensamos e colocamos questões. Esses computadores melhoram aprendendo da mesma maneira que os médicos – exceto que eles melhoram mais rapidamente.

Então, um computador pode descobrir melhor informações relevantes para o caso de um paciente? Absolutamente. Pode diagnosticar com mais precisão do que um médico? Não há razão para acreditar que não será possível, embora tenhamos que esperar anos – talvez até décadas – por esse nível de precisão.

Tais algoritmos substituiriam os médicos então? Duvidamos. O papel deles mudará, mas eles sempre serão necessários. Se você perguntar aos pacientes se eles querem ser tratados por um computador ou por uma pessoa, a maioria escolherá a pessoa. Somos seres sociais. Precisamos discutir nossos problemas de saúde não apenas para receber tratamento adequado, mas também porque as palavras sozinhas podem curar.

E atualmente não há algoritmo ou aplicativo de smartphone para empatia ou compreensão. Não duvide que haverá alguns que imitam a maneira como fornecemos empatia, mas essa não é a direção dos desenvolvimentos atuais.